quarta-feira, 13 de junho de 2012

Brasil tem mais de 150 mil armas em poder de colecionadores e caçadores


O assassinato do executivo da empresa Yoki Marcos Matsunaga com uma arma comprada legalmente revelou um número preocupante: colecionadores brasileiros guardam mais de 150 mil armas dentro de casa.
Metralhadoras de gângsteres, pistolas de espiões do cinema, espingardas de caça e fuzis poderosos. Armamento usado tanto por soldados quanto por bandidos.
''Ele era atirador, ele gostava. É um hobby. Se você pegar, outros colecionadores devem ter muito mais do que isso”, diz o delegado Mauro Dias.
O armamento do empresário Marcos Matsunaga formava um arsenal de alto calibre. O preço: cerca de R$ 250 mil pela estimativa de policiais que participam da investigação. Uma coleção altamente mortal, mas perfeitamente legal.
“Todas [as armas] legalizadas, todas regulamentadas e todas autorizadas para uso de colecionador”, afirma o delegado Mauro Dias.
O Estatuto do Desarmamento permite que colecionadores, atiradores esportivos e caçadores tenham armas para uso próprio.
“Precisa ter mais de 25 anos, apresentar bons antecedentes criminais, testes psicológico e de tiro, uma série de pré-requisitos para comprar uma arma”, explica a diretora do Instituto Sou da Paz, Melina Risso.
O rigor é ainda maior para quem quer andar com a arma nas ruas. E quem não guarda suas armas com cuidado comete crime.
Para a militante pelo desarmamento, o arsenal nas mãos dos colecionadores e esportistas é exagerado: mais de 150 mil armas – quase metade das usadas pelas polícias militares.
“A arma sempre é um mecanismo para ataque. E uma arma sempre é letal. Nesse caso, se não tivesse arma em casa, o desfecho da briga poderia ter sido outro e não o homicídio”, comenta Melina Risso.

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