quarta-feira, 13 de junho de 2012

Rio+20 movimenta mil eventos paralelos sobre meio ambiente



A Rio+20 é uma oportunidade histórica para o planeta debater e decidir as escolhas que precisam ser feitas em nome da qualidade de vida da população mundial.
Parece o mesmo planeta de sempre, azul e tranquilo que flutua no espaço há 5 bilhões de anos. Mas as aparências enganam. Chegamos a 7 bilhões de pessoas em um mundo onde há mais produção, mais consumo e menos recursos naturais, como água doce e solo fértil. O alerta da comunidade científica é claro: se não corrigirmos o rumo, o planeta se tornará um lugar cada vez mais hostil a nossa presença.
Nos últimos 20 anos, a economia do mundo cresceu 65% à custa de muita poluição. As emissões de gases estufa aumentaram 36%, há menos gelo nos pólos e mais tempestades. Em todo o mundo, 300 milhões de hectares de floresta foram destruídos.
As causas de todos esses problemas foram diagnosticadas há 20 anos na maior conferência da história até então: a Rio-92. Problemas que inspiraram uma menina canadense de 9 anos a dar uma bronca geral nos chefes de estado presentes.
O mundo fechou para balanço no Rio e as maiores lideranças do planeta foram desafiadas a responder à seguinte pergunta: como fortalecer a economia sem agravar a destruição do meio ambiente? A resposta veio na forma de uma nova expressão que passou a ser usada no mundo inteiro: desenvolvimento sustentável.
“A Rio-92 criou o primeiro grande consenso que a gente tem que olhar para o futuro de maneira integrada entre o social, ambiental e o econômico. A partir daí, começou uma nova onda de construção desse nosso projeto de futuro. Agora a questão é colocar isso em prática”, explica Aron Belinky, do Instituto Vitae Civilis.
Um desafio gigantesco que volta a ser discutido no Rio de Janeiro este mês.
Representantes de quase 200 países vão se reunir no Riocentro para definir os rumos do desenvolvimento sustentável nas próximas décadas. A preocupação é que o texto final aprovado pelos chefes de Estado não atenda às medidas urgentes recomendadas pelos cientistas. Mas a responsabilidade por mudar o rumo dos acontecimentos não é apenas dos governantes que estarão na cidade.
Cerca de mil eventos paralelos estão acontecendo no Rio no mês de junho.
Prefeitos das mais importantes cidades do mundo vão se reunir no Forte de Copacabana para trocar experiências, 500 cientistas vão transformar a Pontifícia Universidade Católica em um centro mundial de conhecimento da natureza e empresários do Brasil e do exterior vão marcar presença no Rio para dizer o que estão fazendo em favor de um mundo melhor.
“Vai ser uma conferência que vai olhar para os próximos 20 anos. Qual é o futuro que nós queremos? O que está dando certo, o que está dando errado e o que temos que transformar para que finalmente haja uma perfeita coerência entre o desenvolvimento econômico, a inclusão social e a proteção ambiental”, define o secretário executivo do Comitê Nacional Organizador da Rio+20, Luiz Alberto Figueiredo.
O Aterro do Flamengo será o ponto de encontro de milhares de ONGs de todos os continentes. São esperadas 30 mil pessoas por dia, na Cúpula dos Povos.
Alguns alunos se inspiraram na conferência para levar o meio ambiente à sala de aula. Uma mini Rio+20.
“Eu acho que as pessoas agora estão mais prontas, acho que em uma segunda vez é mais fácil você tentar mudar alguma coisa do que na primeira”, afirma o aluno Matheus Carneiro, de 15 anos,
“Queria que não houvesse uma Rio+40, porque senão seria uma constatação de que nada está funcionando”, acrescenta outro estudante.

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